sábado, julho 05, 2008

É o pequeno eu que teme pela sua morte...

"É o pequeno eu que teme pela sua morte e inventa para si sobrevivências morais, transmigratórias ou celestes. É ele que se compraz com o poder e o reconhecimento. É ele que mergulha nos jogos do capital para mascarar sua impotência absoluta.

Mas o movimento da cultura não cessa de produzir a morte do pequeno eu. Ali onde transparece o a-fundamento e o afundamento do eu, a cultura é uma força viva; lá onde o eu triunfa, a cultura está morta ou claudicante, subjugada por forças de outra natureza. Não, a cultura não se exprime no conhecimento de nomes, formas e fórmulas, e sequer no conhecimento enquanto tal. Ao contrário, ela se exprime na conquista de uma potência que está muito além do eu e suas propriedades. Inversamente, esse homem soberano, criador, esse iluminado luminoso que é a finalidade da cultura só se torna possível se a cultura é uma força viva.

Mas é isso que se apresenta no campo social capitalista? Seria o capitalismo a morte da própria cultura?"

in http://triagem.blogspot.com/2005/05/cultura-e-mort- e-3.html

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